Por Reinaldo Stabolito
Quando estava numa distância menor que um metro, Daildo desferiu dois violentíssimos golpes no estranho e, para a sua surpresa, foram desviados com movimentos rápidos. Os golpes foram tão violentos que o segundo acabou por acertar uma madeira ao lado, que ficou marcada com o impacto do conduíte. E nesse momento Daildo percebeu que o vulto não estava de costas para ele, mas de frente. Talvez a confusão foi devido à iluminação precária e o estranho capuz que o vulto usava. Daildo também percebeu que não era um sujeito muito "normal". De qualquer forma, mal teve tempo de raciocinar, pois a criatura pronunciou uns "grunhidos" e agarrou o vigia. Começa então uma violentíssima briga corpo-a-corpo entre os dois e, em pouco mais que uns segundos, eles já se encontravam caídos e rolando no chão.
De repente, por uma das janelas do escritório saiu uma outra criatura correndo. Este ser parecia ser absolutamente igual ao que estava brigando com Daildo. Obviamente esta segunda criatura entrou na briga para ajudar o companheiro. Na época Daildo era um rapaz novo e bem forte e, mesmo estando em minoria numérica, continuou lutando bravamente contra aqueles seres estranhos. Só que a sorte de Daildo iria mudar, pois logo apareceu uma terceira criatura para intervir na briga – possivelmente era o primeiro que Daildo tinha visto no barranco.
Este terceiro ser era diferente dos outros dois, pois não usava capacete ou capuz e trajava uma vestimenta clara. Isso permitiu que Daildo reparasse bem na criatura: cabelos ruivos, cortados e de consistência mais dura do que o normal ao toque. Seu rosto parecia de pele alva. Com a chegada deste terceiro ser, a briga ficou desequilibrada. A criatura pegou Daildo pelos pés, arrancou-lhe os sapatos, depois lhe tirou a capa de frio e a camisa, da qual saltaram-se os botões e, finalmente, acertou-lhe um "tranco" na perna esquerda que fez com que Daildo perdesse parte de sua resistência. Não satisfeitos, as criaturas levantaram Daildo no ar e o socaram no chão pelas costas, minando mais ainda a sua força. Os alienígenas aplicaram este golpe umas cinco ou seis vezes, até Daildo não conseguir mais apresentar qualquer reação.
As três criaturas perceberam que Daildo não ia nem tentar se levantar e, inusitadamente, trataram de ajudá-lo, dando uns tapinhas nas costas. E nisso, o ser de cabelo ruivo pronunciou algo que o Sr. Daildo não conseguiu entender muito bem o que era, mas julgou ser mais ou menos: "vá para lá vadio, que aqui voltamos ao término" (?). Os outros dois seres permaneceram silenciosos.
E assim Daildo se afastou lentamente e com cautela, indo na direção da escada e sempre olhando para trás para se certificar que as três criaturas não iriam tentar qualquer coisa contra ele. Naquele momento, ele ouviu um som semelhante ao bater de porta de um automóvel e, quando olhou na direção do som, viu o vulto que parecia ser de um objeto com forma de uma Kombi, porém tendo uma base em torno de pelo menos dez metros. As criaturas entraram no objeto e este, por sua vez, alçou vôo lentamente emitindo um ruído estranho. O UFO foi levitando vagarosamente até chegar no transformador de alta tensão, o que fez com que recuasse um pouco. Finalmente subiu um pouco mais, passou por cima da rede elétrica e disparou na direção da cidade vizinha, Lins.
Daildo chamou então por Antonio, o outro vigia que deveria estar no escritório administrativo. Os dois inspecionaram o local da luta e notaram que o cascalho estava revirado e espalhado pela grama. Encontraram a camisa, os botões que foram arrancados durante o confronto, a capa de inverno e uma lanterna caída do bolso da calça de Daildo. Os sapatos foram encontrados a cerca de vinte metros do local da briga. Havia duas janelas do escritório abertas e, pela manhã, quando os engenheiros chegaram, constataram que nada estava faltando, mas havia sinais estranhos de mãos em um dos arquivos. Por fim, o fato foi levado ao conhecimento de delegado de Polícia, Dr. Oswaldo Sena, e dois dias depois as autoridades militares de Bauru interviram na ocorrência e examinaram o local.
Mas nem sempre situações de confrontos foram marcadas por uma atitude agressora inicial dos seres humanos. Na verdade, há muitos casos que realmente parecem configurar uma investida hostil e gratuita pela inteligência por trás dos UFOs. No entanto, é importante entender que uma vez que não alcançamos as motivações e as contingências das atividades dos extraterrestres, somos obrigados a analisar simplesmente no contexto das ações e conseqüências dos fatos. E isso torna qualquer análise superficial e passível de um sem número de distorções.
De qualquer forma, um exemplo de investida aparentemente hostil e gratuíta ocorreu no Forte Itaipú, em São Vicente, litoral Sul de São Paulo, na noite do dia 04 de novembro de 1957 que, coincidência ou não, houve também um blackout na região. Por volta das 02:00 horas da madrugada, dois sentinelas que cumpriam a guarda no alto dos muros do Forte viram uma luz com brilho muito intenso no céu. Mas eles não deram muita atenção ao fato, pois pensaram tratar-se de uma estrela qualquer que estaria apresentando um brilho intenso por algum fenômeno astronômico.
De repente, para espanto dos dois, a "estrela brilhante" começou a aumentar de tamanho. Logo perceberam que se tratava de um objeto descendo em alta velocidade, diretamente sobre o Forte. Segundo a estimativa dos dois sentinelas, por volta de mil pés acima deles, o objeto reduziu drasticamente a sua velocidade, continuando a rota de descida na direção deles, porém bem lentamente e sem emitir qualquer ruído aparente. A esta altura dos acontecimentos, os sentinelas já se encontravam bastante apavorados e puderam ver perfeitamente o formato do UFO: circular, com um diâmetro de 100 pés, tendo ao seu redor um brilho alaranjado.
Subitamente o UFO parou e se posicionou de forma a ficar com um sentinela de cada lado. Já os sentinelas, por sua vez, ficaram espantados e sem reação. Apesar dos dois estarem portando cada um uma sub-metralhadora, não atiraram contra o objeto. Eles estavam literalmente paralisados com a cena insólita e também não acionaram o alarme. De repente o UFO começou a emitir um ruído parecido com o som do gerador. Logo em seguida, uma luz intensa acompanhada de uma forte onda de calor atingiu os dois soldados.
Os sentinelas começaram a gritar desesperadamente com a dor. Um deles, vencido pelo intenso calor, caiu de joelhos, desmaiando em seguida. O outro sentinela se atirou embaixo de um canhão para abrigar-se, tentando se proteger da luz intensa. Os gritos despertaram as tropas da guarnição, mas antes que qualquer um dos soldados pudessem esboçar alguma reação, todas as luzes se apagaram. Apenas um calor moderado penetrou o interior do Forte. Mas foi o suficiente para provocar pânico. Após um minuto aproximadamente, o calor cessou e instantes depois as luzes se acenderam. Alguns soldados saíram então correndo para seus postos e ainda puderam ver o UFO brilhante se afastando, subindo rumo ao infinito.
Os dois sentinelas atingidos pela intensa luminosidade do UFO sofreram queimaduras e foram levados para o interior do Forte, onde receberam tratamento médico. Mediante aos acontecimentos, o comandante do Forte Itaipú enviou uma mensagem urgente para o quartel-general do Exército Brasileiro. Logo depois, pilotos da Força Aérea Brasileira foram colocados em patrulhas aéreas especiais e realizaram várias rondas na região, porém sem detectarem quaisquer vestígios do UFO agressor.
O caso foi abafado no Forte Itaipú, apesar de que vários civis e militares chegaram a avistar o UFO naquela noite. Na época, as altas autoridades brasileiras pediram auxilio à Embaixada norte-americana em suas investigações. Rapidamente, os Estados Unidos enviaram pesquisadores que auxiliaram os oficiais do Exército brasileiro na apuração dos fatos. Os sentinelas chegaram até a serem interrogados, pois, apesar de estarem em estado grave, eram capazes de prestar seus depoimentos. Após ouvirem a descrição da ocorrência com detalhes sobre a aproximação do UFO e a estranha onda de calor da emissão luminosa de grande intensidade, os investigadores se puseram a debater por que os soldados teriam sido atacados, uma vez que eles não tinham demonstrado a menor hostilidade para com o objeto. Incidentes envolvendo o fenômeno UFO onde testemunhas sofrem queimaduras graves não são tão incomuns. Na verdade, talvez o caso mais dramático ocorreu no Maranhão, no dia 15 de abril de 1977.
Na ocasião, um grupo de homens formado pelos irmãos Apolinário, Firmino e José Corrêa, junto com o cunhado Aureliano Alves, seguiram viagem no barco "Maria Rosa" para a Ilha dos Caranguejos, no litoral do Maranhão. O objetivo da viagem era extrair caibros da vegetação existente nos mangues. Depois de um longo dia de trabalho, eles decidiram dormir no barco ancorado às margens da ilha e deixaram a viagem de retorno para a manhã do dia seguinte.
José Corrêa, seu irmão Firmino e seu cunhado Aureliano Alves foram dormir no porão da embarcação, cuja porta é feita por um pedaço de pano que impedia a penetração de mosquitos. Apolinário, por sua vez, dormiu na parte superior. Por volta das 05:00 horas do dia seguinte, um grito vindo do interior do barco acordou Apolinário. Rapidamente ele foi até o porão e se deparou com uma cena triste: seu irmão José estava morto com graves queimaduras no tórax e no braço. Já Firmino e Aureliano estavam deitados, gemendo e também com sinais de queimaduras graves. Mas o mais estranho é que não existiam quaisquer vestígios de incêndio no porão do barco. Apolinário subiu novamente para a parte superior, levantou a âncora, assumiu o controle do leme e tratou de levar o barco rapidamente para o porto de Itaqui, em São Luís, no qual chegou à tarde daquele mesmo dia.
Como Firmino aparentava estar em estado mais grave, em semiconsciência, Apolinário conduziu primeiramente ele ao Hospital do Pronto Socorro de São Luís. No barco permaneceram Aureliano deitado e corpo de José Corrêa. Logo em seguida, Apolinário foi até o Distrito Policial e relatou o incidente misterioso. O delegado de plantão José Argolo e o comissário Venceslau Vasconcelos foram com o Soldado Orlando até a embarcação para conferir o que havia acontecido.
"Na embarcação, vi o corpo do rapaz ferido, ao lado, o do seu irmão. Dava a impressão de alguém congestionado. O corpo do que veio a falecer apresentava uma espécie de queimadura bastante grande, principalmente no braço. Outra abaixo do braço tinha largado um pedaço, um pedaço enorme. Nunca tinha visto queimadura daquele jeito. Um ferimento estranho na boca. No que estava ferido, a gente notava que a queimadura era igual, muito parecida... Dava a impressão de queimadura provocada por um ferro em brasa, mas não era não... Era realmente estranha... Mas, eu não vi indício de fogo ou incêndio na embarcação. O ferido (Aureliano Alves) ainda podia falar. Parecia estar com medo de alguma coisa. Seu olhar era estranho...", afirmou o comissário Venceslau, em entrevista para o jornal "O ESTADO DO MARANHÃO".
Conforme os laudos expedidos pelo Instituto Médico Legal da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Maranhão, está definida como causa das queimaduras a eletricidade cósmica. Essa explicação gerou imediatamente uma enorme polêmica. Segundo o tio de Apolinário, o senhor Benedito Gonçalo Amarante, os sobreviventes descreveram que, em determinada hora da madrugada, viram uma estranha luminosidade que havia penetrado pela cortina do porão. E ali foi possível divisar algo que parecia ser um vulto enorme, estranho. Logo em seguida, todos perderam a consciência e, quando acordaram, estavam feridos e José Côrrea morto. Para muitos pesquisadores, esse incidente insólito na Ilha dos Caranguejos nada teria haver com fenômenos meteorológicos, mas correspondia a um dos primeiros episódios que culminariam com a famosa onda do "Chupa-Chupa" na Amazônia.
Considerada uma das mais impressionantes ondas ufológicas de nosso país, o fenômeno "Chupa-Chupa" corresponde a objetos luminosos aéreos que atacavam populares na Amazônia, principalmente no segundo semestre de 1977, atingindo-os com potentes feixes de luz que muitos afirmavam sugar o sangue. Esses UFOs sobrevoavam preferencialmente as pequenas comunidades litorâneas e rurais.
A onda foi de tal magnitude que o prefeito de Colares, que é uma ilha pertencente ao município de Vigia, no litoral do Pará, mandou um oficio para o comandante do COMAR (Comando Aéreo Regional) avisando que os UFOs estavam incomodando muito os pescadores, comprometendo inclusive suas atividades. A população local estava muito assustada e passava a noite em claro, pois o fenômeno era basicamente noturno. As pessoas acendiam fogueiras e soltavam fogos de artifícios para tentar afugentar os UFOs. No ofício, o prefeito pedia a FAB providências. Diante disso, o chefe da Segunda Seção do COMAR, Coronel Camilo Ferraz de Barros, incumbiu o então capitão Uyrangê Bolivar Soares Nogueira de Hollanda Lima que comandasse uma operação oficial para investigar o fenômeno. Essa comissão oficial de investigação ficou conhecida como Operação Prato (ver Operação Prato).
Reinaldo Stabolito é ufólogo e Coordenador Geral do INFA
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