sábado, 6 de junho de 2009

"São ínfimas as chances de haver sobreviventes", diz brigadeiro

O brigadeiro Ramon Cardoso, diretor do Departamento de Controle do Espaço Aéreo (DECEA), disse nesta sexta-feira que, devido ao tempo decorrido desde o desaparecimento do airbus da Air France, a possibilidade de haver sobreviventes é ínfima e as chances de encontrar corpos são pequenas.

Nesta sexta, em nota, a Defesa disse que os destroços avistados nos primeiros dias de buscas são realmente do avião, mas, como a prioridade era encontrar sobreviventes, as aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB) sobrevoavam outras áreas. Por isso, alguns objetos se perderam.

Mas, agora, "à medida em que o tempo foi passando, as aeronaves fazem o sobrevoo e circulam, se haver a probabilidade de ser um destroço, elas mandam um navio para a região", disse.

O brigadeiro afirmou que a prioridade é encontrar, neste sábado, a poltrona do avião, que já foi avistada. “Não temos a garantia de que todos os objetos ficarão flutuando o tempo todo. Temos um critério, as poltronas podem ficar flutuando mais tempo e servem inclusive como meio de sobrevivência em acidentes”, disse Cardoso.

Sobre o procedimento para recolher os destroços, o brigadeiro diz que eles têm que ser avaliados antes de serem retirados da água, para ser verificado se são destroços ou lixo.

Agora foi decidido pela Marinha e a Aeronáutica que a divulgação dos resultados só será feita depois de os vestígios serem identificados positivamente como destroços do Airbus.

A maior preocupação é se alguma coisa será encontrada, pois esta é uma rota de navios mercantes e há muito lixo na região. O brigadeiro diz que as correntes mudaram de velocidade, mas ainda na direção próxima do arquipélago São Pedro e São Paulo, na região do acidente.

Ele disse que nenhum material visto nesta sexta era relevante para as buscas e que, se o tempo estiver melhor neste sábado, vai facilitar os trabalhos. "Não temos nenhuma recuperação de material, mas não significa que não temos pistas", disse.

Sobre as chances de encontrar os objetos, ele disse que "possibilidades sempre existem, mas temos acidentes em que nunca foi encontrado nada". "Mesmo nós sabendo que poderá haver esse caso, as buscas não vão parar até uma data em que se julgue que seja humanamente possível achar alguma coisa", afirmou.

O brigadeiro afirmou que os trabalhos de buscas vão "se desenrolar ainda por muito tempo".

Buscas continuam

Neste sábado o avião R-99, que tem um radar, vai fazer a varredura da área de buscas partir das 3h. Se ele encontrar algo, outras aeronaves vão fazer o sobrevôo da região para reconhecer os objetos.

Se o R-99 não encontrar objetos, as 12 aeronaves envolvidas na operação vão trabalhar nas áreas pré-planejadas. Neste sábado, um terceiro avião francês participa das buscas, para substituir um avião norte-americano que encerrou as atividades hoje.

O brigadeiro disse que o Brasil está fazendo o seu trabalho nesta parte inicial, mas a França deve procurar a caixa-preta. Entretanto, isso não impede que um apoio brasileiro seja dado às operações, como o abastecimento de navios franceses. Também no sábado, mais três navios chegam para participar das operações.

A previsão metereológica para as áreas de buscas nos próximos dias é de boa visibilidade, com pancadas de chuvas esparsas. O mar pode ter ondulações de dois metros e a temperatura da água deve estar em torno dos 27°C, condições melhores que esta sexta-feira.

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