sexta-feira, 12 de junho de 2009

Corpos estão "irreconhecíveis", diz PF; familiares não terão acesso



RECIFE - Os 16 corpos de vítimas do acidente do voo 447 da Air France que passam por perícia no Instituto Médico Legal (IML) do Recife apresentam fraturas e estão “irreconhecíveis e mutilados”, segundo informações da assessoria de imprensa da Polícia Federal. Por conta disso, os familiares das vítimas que estão em Recife desde a 1h30 desta sexta-feira não terão acesso aos corpos.

De acordo com a polícia, os corpos sofreram decomposição e ação de animais durante os dias em que estiveram no mar.

Os peritos seguem os trabalhos de identificação. Alguns corpos estão em estágio mediano e outros em fase inicial dos processos de identificação. Ainda não há prazo previsto para a conclusão dos trabalhos.

De acordo com a PF, as famílias não terão acesso aos corpos, neste momento, porque esse tipo de identificação não tem efeito legal. Somente em um segundo período, após os trabalhos da perícia, é que a identificação pelos familiares poderá ser realizada.

Além disso, a Polícia Federal afirmou que os familiares não verão os corpos “por questões humanitárias”, visto que não há garantias de que os corpos que estão no IML são dos familiares que chegaram a Recife.

Pertences

A Polícia Federal confirmou, também, que as famílias não terão acesso aos pertences localizados pelas equipes de buscas. Os objetos estão em recipientes individuais e lacrados, obedecendo à questão da não contaminação da prova, já que os itens poderão fazer parte das investigações sobre as causas do acidente, coordenadas pelo governo francês.

Além disso, a PF aponta que pode haver “semelhança de objetos”, o que faz com que seja descartado o acesso dos familiares aos pertences localizados.

Desculpas

O governo de Pernambuco enviou um pedido formal de desculpas aos dois familiares de vítimas que, na manhã desta sexta-feira, não conseguiram entrar no IML para acompanhar os trabalhos dos peritos. Após 30 minutos de espera na chuva, Marteen van Sluijs e o aposentado Nelson Marinho foram encaminhados a uma sala no Sesc Santo Antonio, que fica ao lado do IML.

O governo e a PF informaram que os familiares não avisaram as autoridades sobre a visita, o que foi descartado por eles. “Toda a imprensa sabia que a gente viria para aqui hoje”, reclamou Nelson Marinho. Os familiares reclamaram do que chamaram de “desorganização” na recepção das famílias.

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