sábado, 27 de dezembro de 2008

Por Bruce Maccabbe
Tradução e adaptação de Claudeir Covo

Este caso fotográfico clássico é importante por causa da nitidez das duas fotografias e por causa da quantidade de pesquisas que foram realizadas para confirmar ou contestar sua autenticidade. As testemunhas, senhor Paul Trent e esposa, de McMinnville, Oregon, bateram duas fotografias de um objeto que estava voando sobre a fazenda deles, em 11 de maio de 1950. Inicialmente, eles mostraram as fotos somente para alguns familiares. Um amigo que estava no Exército dos Estados Unidos, sugeriu que eles levassem as fotos a um especialista para tentar descobrir o que era o objeto. Esse especialista alertou um repórter do jornal local, William Powell, que entrevistou o Trents em detalhes na casa deles.

Ele analisou os negativos em detalhes no escritório do jornal e então decidiu que, apesar da natureza incrível do assunto, estava além da capacidade dos Trents de ter criado uma brincadeira. Ele publicou então as duas fotos de Trent no "Telephone Register" de McMinnville, em 8 de junho de 1950. A história básica deste caso fotográfico, até 1973, foi resumida por William K. Hartmann, no "Scientific Study of Unidentified Flying Objects", editado por E. U. Condon e D. Gillmor, em 1969 e Philip J. Klass, em "UFOs Explained", em 1974, com exceção da reivindicação pelos Trent que eles foram visitados por dois agentes do FBI, várias semanas depois das fotografias terem se tornadas públicas. O FBI negou envolvimento no caso.

Powell também informou que foi visitado por dois agentes da Força Aérea, em seu escritório, e que confiscaram todas as anotações dele. Há um documento que discute o caso de Trent no arquivo do Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea, agora em microfilme nos Arquivos Nacionais, junto com os arquivos do Projeto Blue Book. Quando Hartmann investigou o caso dos Trent, ele entrevistou a testemunha e fez cuidadosas análises fotométricas, bem como análises granulométricas nos negativos originais. Pela aplicação das análises fotométricas, ele pode estabelecer que o objeto estava aproximadamente 1,3 km distante da máquina fotográfica na primeira fotografia. Na conclusão de suas análises, ele declarou que os fatores investigados, envolvendo os geométricos, psicológicos e físicos, parecem ser consistentes com a afirmação que um objeto voador extraordinário, prateado, metálico, discóide, com dezenas de metros em diâmetro, e evidentemente artificial, voou dentro de visão de duas testemunhas. Ele incluiu então a retratação que a evidência não era uma fraude, embora certos fatores físicos conflitam contra algo fabricado (clique com seu mouse em Análise Hartmann – alguns dados relativos a pesquisa de Hartmann).

Robert Sheaffer, a pedido de Klass, analisou as fotos ampliadas e descobriu as sombras das vigas (calhas) na parede leste da garagem. Sheaffer usou estas sombras para discutir se isso implicava em ter um atraso de tempo considerável (minutos) entre as fotografias e conseqüentemente discutir que as fotografias devem ter sido realizadas no período da manhã, e não no fim da tarde, como informaram os Trent. Ele também criticou a análise fotométrica de Hartmann, por não ter levado em conta o "derrame" de luz ocultando o clarão sobre a imagem do UFO e se havia impressões digitais na lente de máquina fotográfica. O escritor obteve os negativos originais em 1975, e achou que as sombras na parede de garagem não confirmaram nenhuma evidência concreta de um tempo longo entre as fotografias. Paul Trent informou que o tempo entre as fotos foi de aproximadamente trinta segundos. Ele também repetiu os cálculos fotométricos do Hart, mas incluiu correções por ocultar o clarão e a iluminação existente no fundo (embaixo) do UFO na primeira foto, que refletiu a luz pelo chão na análise dele. Ele concluiu que, se o fundo do UFO não fosse uma fonte de luz, o objeto estaria mais de 1 quilômetro de distância, com dimensões resultantes maior que 30 m de diâmetro por 4 m de largura.

Em um estudo computadorizado, William Spaulding, da GSW, não descobriu nenhuma evidência de arame, linha ou fino fio que estivessem sustentando o objeto e também descobriu "distorções" excessivos na imagem (bordas), que poderiam ser relacionadas a efeitos atmosféricos se o objeto estivesse distante. Para responder pelo brilho excessivo no fundo do UFO, na primeira fotografia, foi rejeitada a hipótese do UFO ter iluminação própria e sim a possibilidade de que a parte superior do objeto poderia ser translúcida. Ele procedeu testes de distribuições de brilho em vários pequenos modelos de UFOs feitos de papel e plástico. Ele descobriu isso utilizando as mesmas condições de iluminação, simulando os mesmos efeitos registrados na hora das fotografias, a distribuição do brilho sobre os modelos de UFOs translúcidos não seria uniforme, considerando que o brilho da imagem do fundo do objeto fotografado por Paul Trents era muito uniforme. Assim ele concluiu que se o objeto fosse uma brincadeira que os Trent tivessem feito, deveriam ter pendurado um objeto translúcido com algum fio bem fino. Uma análise fotogranulométrica detalhada não conseguiu provar que o objeto foi suspendido com arames ou fios finos. Porém, a análise fotogranulométrica acabou verificando uma coincidência interessante entre os movimentos angulares do UFO entre as duas fotos, como já tinha informado a senhora Trent, em 1950, e devidamente registrado nas duas fotos.

O Portland Oregonian, de 10 de junho de 1950, publicou: "Durante este tempo o objeto se moveu pelo horizonte com uma inclinação de 15 graus, de acordo com a descrição dela". O ângulo atual entre as imagens do UFO nas duas fotografias é de aproximadamente 17 graus. Embora o Klass ter discutido que as discrepâncias entre as imagens originais registradas (como expressou para os jornais ), a evidência de uma brincadeira (Klass não entrevistou os Trent diretamente), estas discrepâncias poderia também ser o resultado das tentativas pelas testemunhas para reconstruir o que teria acontecido várias semanas antes deles serem entrevistados pelos repórteres do jornal.

Assim, estas discrepâncias são relativamente sem importância. Porém, uma discrepância principal existe. Era de se esperar que os Trent pudessem se lembrar se as fotografias foram tiradas de manhã ou à noite, pouco antes do pôr do Sol, como declarou nos relatórios originais e como repetiu muitas vezes a senhora Trent. As sombras da parede oriental da garagem são claras e sugestivas de uma fonte luminosa pequena situada no leste do céu. De acordo com Sheaffer, as imagens das fotos sugerem que as posições de sombra (se foram causadas pelo Sol) indicava que o Sol estava no leste, aproximadamente, devido a posição da parede da garagem. Isto colocaria o tempo de aproximadamente 7:30 da manhã, em 11 de maio de 1950. Sheaffer afirmou que nenhuma outra fonte, além do Sol, poderia ter feito tais sombras. Por outro lado, a senhora Trent repetiu inúmeras vezes que o seu marido Paul, como sempre faz, foi logo cedo tirar o leite das vacas, depois de cuidar dos animais da fazenda. Esta retirada do leite normalmente é feita entre 06:30 ou 07:00 horas da manhã até às 09:00 horas da manhã, sob circunstâncias normais. Assim, ele não teria estado disponível para tirar as fotos pela manhã.

Além disso, a análise fotométrica detalhada estudou as sombras debaixo da calha da garagem, e mostrou a evidência que parece contradizer a hipótese de sombras realizadas pelo Sol. A imagem da sombra que provê a maioria dos dados para avaliação é aquela definida pelo telhado da garagem. A análise densitométrica realizada na sombra mostrou que tal sombra fez uma imagem em uma direção vertical, por uma fonte de luz que estava em um ângulo vertical entre 5 e 10 graus, considerando que o tamanho angular do Sol é de aproximadamente meio grau. Um estudo dos efeitos de névoa e nuvens no "tamanho angular efetivo do Sol" mostrou que, quando quase obscureceu através de nuvens, o Sol tem um tamanho angular efetivo de aproximadamente 1,5 graus. Por outro lado, a largura bastante clara das sombras das vigas nas calhas do telhado sugere que a fonte deve ter tido uma extensão horizontal relativamente pequena e provavelmente não deve ter excedido aproximadamente 2 graus. Sheaffer e Hartmann discutiram que seria impossível para uma nuvem luminosa causar sombras semelhante as registradas na parede Leste da garagem dos Trent.

Uma análise teórica detalhada mostrou que poderia ser possível debaixo de certas condições. Porém, o argumento principal para a possibilidade que uma nuvem luminosa, no pôr do Sol, pudesse ter causado tais sombras vem da evidência fotográfica. Estas fotografias foram adquiridas por um escritor, em julho de 1977. Embora o brilho comum da nuvem só era aproximadamente quatro vezes o do céu, as sombras eram muito notáveis, com um contraste comparável aos 20% ou só contraste entre as áreas iluminadas e as áreas obscurecidos pelas vigas das calhas da garagem dos Trent. O relatório do tempo informou que em McMinnville, em 11 de maio de 1950, aquelas nuvens de "cumulus" estavam presentes durante a tarde. Se tinha ou não uma nuvem de "cumulus" no lado Leste da fazenda dos Trent, antes do pôr do Sol, é impossível determinar pela evidência registrada nas fotos de Paul Trent.

Durante anos, desde que as fotografias foram publicadas, numerosos investigadores entrevistaram pessoalmente os Trent. O primeiro entrevistador foi William Powell. Ele ficou convencido que os Trent falaram a verdade, como publicou no jornal o editor P. Bladine. O banqueiro, F. Wortmann (já falecido), mais tarde escreveu, em 1969, ao Dr. James McDonald que Paul Trent "é um indivíduo em que pode ser confiado sem qualquer pergunta". Em resposta à cartas escritas por P. Klass, em 1969 e 1972, Wortmann redeclarou a firme convicção "de que toda a situação inteira era verdadeira". Em um "pequeno e inteligente relatório", enviado ao Escritório de Investigações Especiais da Força Aérea, o sargento L. J. Hyder se referiu ao casal Trent como "cidadãos significativos, sólidos e honrados da comunidade". O Frank Halstead, um astrônomo, entrevistou os Trent em 1958 e declarou em uma carta para major Donald Keyhoe, que "eles pareciam ser pessoas muito sinceras". A carta de Halstead contém a primeira referência para uma possível investigação realizada por parte do FBI sobre os Trent. Em 1967, Hartmann entrevistou os Trent durante a análise das fotos deles para o Comitê Condon. Ele ficou impressionado pela falta de interesse econômico dos Trent nas fotos, como comprovou, pelo fato de que o senhor Paul Trent nem mesmo desceu do trator dele enquanto Hartmann o estava entrevistando. Em 1969, o Dr. McDonald teve algumas conversas telefônicas com os Trent e concluiu: "Eu os acho serem o tipo das pessoas que dificilmente poderiam levar isso como uma brincadeira imaginativa ou invenção". O senhor Paul Trent contou para o McDonald que seu pai também tinha visto o objeto, mas somente depois que ele estava muito distante. Também em 1969, Veikko Itkonen, produtor de filme e diretor, que estava trabalhando em um documentário sobre UFOs, que foi mostrado na Europa, entrevistou os Trent no local onde foram feitas as fotos. Ele declarou que "as conclusões do Dr. Hartmann, são muito próximas das impressões que nós obtivemos". A. Fryer, um fazendeiro e professor de ciência da escola de McMinnville, entrevistou os Trent em 1976 e depois declarou: "Não tenho dúvidas que eles não estavam tentando enganar... Ela nunca chamou isto um pires voador ou UFO".

O Bruce Maccabee fez vinte e seis entrevistas, por telefone, com a senhora Trent, durante o período 1974 a 1977. Durante este tempo, ela manteve a consistência em seu depoimento, como era esperado, em relação ao avistamento. Ela também informou que tinha uma nova informação em resposta para certas perguntas, que nunca antes tinha sido perguntada, como perguntas sobre as atividades diárias típicas deles e o envolvimento de qualquer parente e amigos no resultado do avistamento. A semhora Trent declarou que, algum tempo depois em que as fotos foram publicadas, uma senhora fazendeira, que morava algumas milhas distante de sua residência, em 1950, contou para senhora Trent que ela também tinha visto o estranho objeto, parecido com um pára-quedas. A senhora Trent também pensa que sua mãe poderia ter visto o objeto. Infelizmente o pai de Paul Trent já tinha falecido na época da entrevista do Hartmann, a senhora que era vizinha dela, de acordo com senhora Trent, ainda estava viva. Infelizmente, Hartmann não perguntou para semhora Trent se ela sabia de outra testemunha.

A senhora Trent passou por dois testes PSE (Psychological Stress Evaluator – Avaliação de Stress Psicológico), conforme declarações que ela fez relativo ao avistamento. Na opinião dos analistas de PSE, ela não mostrou nenhuma tensão notável quando respondia quaisquer das perguntas relativas ao avistamento e eventos associados (por exemplo, outra testemunha, atividades diárias, etc). Assim, parece que aquela conclusão oficial do senhor Hartmann ainda é válida (conclusão positiva sobre a validade do caso).

Claudeir Covo é engenheiro e Presidente do INFA

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