quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Oceanos podem ter nascido de asteroides congelados vindos do espaço

Oceanos podem ter nascido de asteroides congelados vindos do espaço


PARIS - Asteroides cobertos de gelo que caíram na Terra uma centena de milhões de anos após o nascimento dos planetas do sistema solar podem ter trazido a água de nossos oceanos, explica o geoquímico francês Francis Albarède em artigo publicado nesta quarta-feira na revista científica britânica "Nature".

No estudo, o cientista contesta uma ideia comumente admitida, segundo a qual o oceano e a atmosfera teriam se formado a partir de gases vulcânicos.

"A Lua e a Terra eram secas" e a água chegou mais tarde, resume Francis Albarède do Laboratório de Ciências da Terra (CNRS/ENS/Universidade Claude Bernard).

Levando-se em conta cálculos recentes, as temperaturas eram muito elevadas entre o Sol e a órbita de Júpiter para que elementos voláteis, como o vapor d'água, pudessem se condensar em "embriões planetários".

A chegada de água à Terra corresponderia a um período situado entre 80 e 130 milhões de anos após a formação do sistema solar. Em seguida à agitação provocada pelos gigantes planetas gasosos nas trajetórias de asteroides e de outros fragmentos congelados, estes teriam cruzado a Terra trazendo suas reservas de água.

Introduzida no manto terrestre, esta água amoleceu-o, permitindo o aparecimento da "tectônica de placas, que pode ter sido crucial para que a vida emergisse", destacou Albarède.

Comparando Marte, Vênus e a Terra, três planetas com histórias diferentes, este cientista destaca o que caracteriza a Terra: a presença de uma tectônica de placas, modelando continuadamente os continentes, um oceano líquido e a vida.

Num momento em que saímos em busca de planetas extrassolares, é preciso indagar por que três planetas de nosso sistema solar são tão diferentes.

"A última década viu mudanças conceituais importantes na compreensão da história precoce dos planetas terrestres; agora, muitas surpresas poderão no esperar", concluiu Albarède.

Com AFP

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